
Do figurativo ao abstrato: a importância do processo criativo
Tema da aula: Do figurativo ao abstrato – a importância do processo criativo.
Nota: Sabemos que nem todas as obras abstratas partem de algum processo, seja ele de ampliação (como o que será abordado), redução, ou outros. As obras abstratas podem partir do simples pensamento do artista sem ter sido retirada de uma outra obra anterior.
Público alvo: Alunos do Ensino Fundamental e Médio de escola pública ou particular.
Nota: de acordo com o professor de psicologia Jean Piaget, a partir dos 7 anos de idade, a criança passa a entender conceitos abstratos (o que ele chama de operatório concreto). Mas esta atividade talvez seja mais indicada para alunos a partir de 10 anos.
Conceitos: Abstração e processos de criação.
Objetivos: Propiciar aos alunos um entendimento do que é uma obra de arte Abstrata e que todo trabalho de arte parte de algum processo, seja ele material ou da mente. Também fazê-los entender que nenhum trabalho de arte surge do nada, e é isso que difere uma obra de arte de um desenho de criança, mesmo que os dois se assemelhem plasticamente.
Quanto ao uso do celular, mostrar aos alunos como usar a tecnologia a favor da aprendizagem.
Procedimentos:
· A aula começa com a exposição de quadros puramente abstratos como os de Manabu Mabe ou Tikashi Fukushima.
Manabu Mabe. Sem Título , 1970
óleo sobre tela, c.i.d.
63,5 x 76 cm
Acervo Banco Itaú S.A. (São Paulo, SP).
Tikashi Fukushima Abstrato , dia e mês desconhecidos 1981 - 1982 |
Após ouvir a opinião dos alunos sobre os quadros, o professor explica o que é uma obra abstrata.
Após explicado o conceito de abstrato, o professor conversa com os alunos sobre a lei que proíbe o uso de celular em sala de aula e pergunta a eles o porque disso. Pede também sugestões de como o celular pode ser bem aproveitado como material didático em sala de aula: calculadora em aulas de matemática; jogos de perguntas e respostas para revisão de matérias; fotos em atividades fora de sala de aula para relatórios das visitas em museu; etc...
O professor pergunta quantos alunos possuem celular com câmera digital (se todos tiverem, o trabalho será individual, se não tiverem, em grupo).
Pede-se aos alunos que levantem de suas cadeiras e andem pela sala sem um caminho certo com seus celulares na mão por mais ou menos 1 minuto. O professor pedirá que parem de andar e que fotografem o que está a sua frente, sem pensar muito, apenas fotografem.
Nota: Importante que não seja revelado de antemão que os alunos terão de fotografar o que está a sua frente para que eles não escolham o local onde irão parar, pois a foto deverá ser bem espontânea.
Agora, os alunos terão que copiar sua foto no papel, inclusive pintando com as cores originais.
Com o trabalho pronto, cada aluno recortará em outra folha de papel, no centro, um quadrado de 5cm x 8cm criando uma moldura.
Sobrepondo o papel da “moldura” sobre a cópia da foto, o aluno deverá escolher uma área de seu desenho e assim ampliá-lo em outra folha de papel. Este processo se repetirá mais 1 ou 2 vezes até o aluno alcançar algo completamente abstrato.
· Para finalizar a aula, o professor retoma o conceito de abstrato com uma conversa com a turma, pedindo que cada um fale sobre o trabalho que fez e se, agora abstrato, eles conseguem ver no seu trabalho um significado muito diferente do que possuía enquanto figurativo. Encerrando, o professor mostra como Mondrian chegou ao abstrato na sua série de árvores:
Adicional:
A partir do processo de criação percorrido nesta aula, os alunos entenderão que toda obra possuiu um caminho percorrido, o abstrato não está no salão de artes simplesmente porque o artista que o fez é famoso e chegou em um instante em sua vida que tudo que faz é bom, mas porque ele passou por um longo processo até atingir aquilo.
Como exemplo, pode ser exposta aos alunos a vida do pintor Georges Braque, um grande criador do cubismo junto a Picasso que, ao final da vida com 80 anos, chegou a máxima simplificação das formas com seus pássaros.
Georges Braque. Dois pássaros sobre um fundo azul 60 cm x 45 cm Galeria André Roussard, Montmartre(Paris, França). |
Georges Braque. Candelabro e Violino, 1910 óleo sobre tela 60.96 cm x 50.17 cm Museu de Arte Moderna de São Francisco (Califórnia, EUA). |
Bibliografia:
Sobre.com.pt:
https://www.sobre.com.pt/jean-piaget-conteudo-sobrecompt 1920
Wikipédia, a enciclopédia livre – Jean Piaget:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Piaget
Modernism American Salons:
https://www.cwru.edu/artsci/engl/VSALM/mod/hayes/braque.jpg
Galerie André Roussard, Montmartre:
https://www.roussard.com
Aluna: Ana Carol Siqueira